A lei entregue por Deus no A.T. era a manifestação clara de sua
vontade para seu povo. Obedecendo aos seus preceitos, estaria obedecendo
ao próprio Deus. A obediência levaria um bem a toda a sociedade e
também a ideia mágica da boa colheita. Portanto, no antigo Israel, o
homem reto era o homem devoto, como já dizia Fohrer.
Seria hoje o homem devoto um homem reto, independentemente daquilo que
faz? Há casos tão escandalosos, como: "eu prefiro um presidente
evangélico corrupto do que um ímpio dirigindo o país". Não é de se
assustar quando nos deparamos com gente que pensa a eternidade como o
único bem religioso da vida terrena.
É impressionante como o invólucro, a nomenclatura e o
verniz enganam tanto. O antigo jingle "Não basta ser pai, tem que
participar", ilustra o que já está desenhado por aqui. Fazer parte da
denominação religiosa - seja qual for - não diz nada além de trazer
sentimento de pertença. Ainda assim, dependendo do grupo, nem o
sentimento de pertença existirá. Será só um enfeite, um esconderijo, um
"refúgio moral". O chamado é para a ação e não para a contemplação.
Estamos diante de um gigantesco desafio particular, visto que é
impossível mudar o sistema. O desafio é olhar-se no espelho e questionar o
que há lá dentro, verdadeiramente. É perguntar se a práxis de vida faz
bem aos outros. É perguntar a si mesmo se vale a pena continuar sendo
desonesto com a própria vida desperdiçando-a a cada discurso pintado de
ouro para os outros aplaudirem e pensarem: "Verdadeiramente, este é o
filho de Deus".
NA GRAÇA
LELLIS
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