Se o pecado é errar o alvo, como Agostinho disse, qual alvo seria?
Temos muitas ideias acerca do pecado. As igrejas, por exemplo, têm uma cartilha do que não se deve fazer. Há muito de cultural nisso, é claro. Não temos dúvidas de que a sanidade de muitos não permitem possuir alvo algum a não ser repetir os deveres sem nenhum medo de agirem contra a própria vida.
Segundo o historiador Leandro Karnal, numa releitura dos pecados capitais, citou a forma que a sociedade enxerga a criança de hoje como uma problemática a ser resolvida. Estou de mãos dadas a ele.
Agora, seria interessante pensarmos qual é a estrutura social que permite o trabalho infantil, a prostituição infantil, o tráfico de crianças e a exposição à violência e maus tratos. Sem falar da falta da educação para menores em setores mais carentes ou distantes das cidades. Não são poucas as crianças que sofrem e são abandonadas e ficam sem vínculos familiares até os 18 anos, quando poucos sabem o que podem fazer da vida.
Errar o alvo, no século XXI, é ocultar a responsabilidade com as crianças. Um pecado gravíssimo! E daí, dou um salto de Agostinho para a frase do Pelé, ao realizar seu milésimo gol: "Gente, vamos olhar para as criancinhas".
NA GRAÇA
LELLIS
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