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Pregação e Pregadores

A pregação é uma arte. Arte de envolver pessoas no discurso. Nessa comunicação não são transmitidas apenas informações, mas a maneira pela qual o pregador vê o mundo a partir das Escrituras. O ouvinte passa a fazer uma leitura por ponte. O pregador é essa ponte e tudo o que ele diz é ótica dele. É sua interpretação. Teóricos dirão a palavra "iluminação".
Os mais religiosos dirão: "é palavra de Deus". Não sei até que ponto se pode afirmar que uma interpretação é a palavra de Deus. Até porque outros dirão que não se pode nem afirmar que a Bíblia é a Palavra de Deus, isto é, histórias de revelação de Deus ao humano, mas sim, mitos entre histórias políticas.

O pregador é uma espécie de verbo que se faz carne para falar de acordo com o contexto, com as necessidades de uma sociedade e/ou cultura. Ele converte os cenários bíblicos, as personagens e até algumas falas e conceitos para encaixar como luva nos ambientes em que pronuncia seu discurso.
Acontece que o ouvinte encontra sentido na Bíblia quando os sentimentos de personagens antigas são apresentadas de forma platônica. 
"- Tá vendo? Você não sente isso também?"
Quando o pregador consegue estudar profundamente o texto, entende que sua função não é somente gerar uma ligação sentimental ou de sentidos entre o crente e a Bíblia, mas de causar neste uma espécie de humanização dos seus instintos mais religiosos com a finalidade de não repetir os mesmos erros religiosos e acertar os mesmos acertos de homens e mulheres que desejaram olhar para a vida com o desejo de vivê-la (com Deus).
Pode ser que um pregador dogmático simplesmente interprete e entregue o que pensou ser aquilo que leu algumas vezes - até com um comentariozinho bíblico ao lado. Mas ser um pregador ensinador para a vida social é mais do que fazer um elo de sentimentos das personagens, dos ambientes e dos flagelos arraigados pela devoção, é gerar incômodos sobre a necessidade alheia, é libertar das algemas dilacerantes dos axiomas, é tentar apontar esperanças, é afirmar o choro e o riso como parte da caminhada e etc.

Nossa torcida é por uma igreja mais saudável, centrada no viver e nas relações com a sociedade. E para isso, bons pregadores serão aqueles que souberem irmanar bíblia, gente, mundo de hoje e realidade.

NA GRAÇA
LELLIS


Um comentário

Unknown disse...

E como são produtivos esses incômodos gerados...se não estou enganada,como você já disse,pregação boa é aquela que dói.A afirmação do choro e do riso como parte da caminhada é libertador.
Seus textos sempre me levantam dúvidas e clareiam minha mente ao mesmo tempo,desconstrói ideias e constroi outras.
Que Deus te abençoe...abraço Nelsim

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