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Interiorizando a "Batalha"

Na década de 30, o missionário J. O. Fraser, ingressou na Missão para o interior da China, um trabalho fundado por Hudson Taylor. Em sua visão, seu ministério foi um tremendo fracasso. Lidou com feiticeiros e muita gente trabalhando com ocultismo. Deprimiu-se por um tempo até que uma “luz” sobre sua cabeça surgiu. Havia decidido lutar direto na causa do problema: os demônios.
 
Ora, se a evangelização (contato com o humano em suas mais diversas necessidades dando a este a oportunidade de ter o evangelista servindo-o, independentemente do resultado de sua escolha) não era bem sucedida, o negócio era iniciar uma batalha espiritual. Tornou-se uma questão pragmática. Deixara de lado as Escrituras para aprimorar técnicas de como lutar contra os demônios.
Desde então (apesar de não ser nenhuma novidade no séc. XX e, por isso, o correto não seria "a partir de" e sim, "após isso, avolumou-se a ideia"), muitas outras igrejas se envolveram no oculto. A busca pelo sobrenatural tornou-se o ideal. Daí, “Deus passou a ser percebido somente em termos de sua ação extraordinária”, como já dissera Augusto Nicodemos.
Temos, portanto, duas vertentes, segundo o próprio teólogo supracitado:
A primeira delas é a hermenêutica sobrenaturalista, a segunda, a providência de Deus. Enquanto a primeira lida com uma ação extraordinária, do oculto ao extremo, dos céus à terra, de Deus ao pobre que prospera, ao enfermo que é curado, ao desempregado que tem promessa de ser dono de empresa (...), o inimigo continua agindo em termos naturais.
A providência de Deus é a ação de Deus na simplicidade da vida, no cotidiano, onde a resposta vem através do humano. São as relações de boa convivência gerando sentido e vida na vida do outro. Isso é Deus provendo, é o ser que gesta solidariedade e, conseguinte, damos o nome de Deus. E é Deus!
Interesso-me em lançar mais um ponto: a interiorização dessa batalha. Para isso, recorro ao apóstolo Paulo quando diz que há uma luta dentro: a carne e o espírito militam.
Pouca gente traz para si a responsabilidade das desgraças, das mentiras, das desavenças, das catástrofes. São as decisões nossas de cada dia. São os rounds perdidos dentro de nós que facilitam em demasia os recursos da maldade
Situemo-nos no fracasso. No fracasso das batalhas que perdemos do lado de dentro, pois não há nada do que se possa julgar do lado de fora ou de "outro mundo" que não tenha começado do lado de dentro.
NA GRAÇA
LELLIS 

Um comentário

Jabesmar disse...

Falou bem Nelsinho.
Esta mania de por a culpa nos outros e no diabo vem desde a queda no Éden.
Eva colocou a culpa no diabo e Adão colocou a culpa em Eva.
Precisamos admitir que em várias ocasiões fomos nós o culpado e não o diabo, os outros e nem as circunstancias.

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