“Jesus pegou a minha moedinha”
Minha filha gosta muito de brincar com moedas. Temos certo receio, pois ela só tem dois anos. Estava eu brincando e fiz uma caixinha para que ela depositasse duas moedinhas, bem parecido com a história da viúva pobre. Ela não queria brincar assim. As moedinhas pertenciam a dela. Se as depositasse, as perderia. Disse-me: “É para Jesus”. “Então, coloque-as na caixinha”, apelei. Colocou e chorou. Foi correndo pra mãe aos berros: “Mamãe, Jesus pegou as moedinhas!!!” Tive de pedir perdão a Jesus e devolvê-las à minha filha.
Essa ilustração é só para refletirmos um pouco sobre nosso posicionamento financeiro diante do que chamamos Reino de Deus.
Há muito tempo perdi a fé na “casa do tesouro” (a não ser que essa casa seja um tesouro aberto a todos os necessitados de pão; pode pegar, é de graça!, coma! beba!, fique à vontade!, vista-se!). Não vejo um interesse do meu coração por Malaquias quando tematizo ofertas e dízimo. Não cabe. Ao menos pra mim. Não "sinto" (subjetivo, não?) que Deus usará meu dinheiro. Meu dinheiro não é pra Ele. Meu dinheiro é para ser usado a fim de que a comunidade seja impactada com o amor de Deus que há em mim. Ouvi uma frase: “Deus não quer o seu dinheiro, e sim, sua fidelidade”. Ora, faz mais sentido. Mas fidelidade a quem? A Deus ou ao próximo?
Já disse no blog que não há como servir a Deus diretamente. Só há como servirmo-Lo quando servimos pessoas. Estou começando a desconfiar que só há uma forma de sermos fiéis a Deus: quando somos fiéis às pessoas. Quando os nossos compromissos obram nossas promessas, somos fiéis a Deus. Segundo as Escrituras, o caminho para se achegar a Deus é um só: Jesus. E Jesus é pura prática, pura entrega, puro amor, pura compaixão.
Caso a igreja se interesse em renovar sua visão sobre o dízimo e a oferta, é só pensar que há pessoas carecendo de pão, de remédio, de cobertores, de calçados, de um mínimo de conforto. O prédio da igreja precisa pagar a energia, a água (e demais gastos) seus funcionários, sustentar seus líderes (de tempo integral) e tantos outros casos que surjam a fim de que a igreja estenda sua mão.
Deus não tem necessidade alguma, mas nós temos: a necessidade de mostrarmos o amor dele através do repartir. A igreja primitiva é o valor dessas palavras. Eles não iam aos templos com a finalidade de pedirem mais, mas para repartirem o pão em comunhão; não oravam juntos com o intuito de prosperem financeiramente (e isso não é pecado!), mas para repartirem tudo com todos os necessitados.
Mais ainda, em 1979, madre Teresa, ao receber o prêmio Nobel, dispensa a festa que dariam em sua homenagem para que todo o dinheiro fosse revertido para os pobres. E alguém disse a ela: "Eu não faria o seu trabalho por dinheiro algum", ao que ela respondeu: "Eu também não".
Mais ainda, em 1979, madre Teresa, ao receber o prêmio Nobel, dispensa a festa que dariam em sua homenagem para que todo o dinheiro fosse revertido para os pobres. E alguém disse a ela: "Eu não faria o seu trabalho por dinheiro algum", ao que ela respondeu: "Eu também não".
Dou razão à minha filha. Esse estereótipo que criamos é como um tumor na devoção das crianças. A moedinha não é pra Jesus, mas pra demonstrar uma parte do amor de Jesus em nós. Que Jesus não venha mais pegar as moedinhas, e sim, esses lobos maus da politicagem, da safadeza, do engano, do engole-engole. Que coisa!
E isso é só a ponta do iceberg.
NA GRAÇA, que veio através de sangrenta entrega
LELLIS
2 comentários
Muito bom...
Profundo...
Que a gente possa demonstrar mais o amor de Jesus em nós,para que o nome do Rei seja conhecido e exaltado.
Porque se temos é porque Ele tem nos dado...Que saibamos adiministrar os dons,riquezas e poder que ELe tem nos concedido para honrar e gloriar Seu santo nome.
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