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Diálogo inter-religioso – onde os demônios deixara(ã)m de existir (!?)


O processo reconciliador no mundo não acontece sem que antes haja um entendimento transdisciplinar nos intestinos dos religiosos. Hans Küng já declarava que não haverá paz no mundo sem que essa paz seja real entre as religiões. É um repetitivo discurso, mas sempre complicado nos debates teológicos e na retórica de seus líderes. 

O medo

Esse diálogo não é um abrir mão de seus ideais doutrinários, seus dogmas, suas convicções soteriológicas. Caracteriza-se no respeito pela diversidade em cumprimento à lei (cf. artigo: http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/revistaspge/revista2/artigo5.htm).
Esse diálogo trata-se em aprender a ver o outro como parte de si, do mundo em que se vive, em que se percebe e é percebido. Conviver com o diferente é crer na esperança de dias melhores.
O mundo noológico possui seus deuses e suas guerras. Já basta que o próprio céu guerreie pelo poder, os humanos não necessitam requerer essa primazia. Muitos vivem sob uma visão institucional da fé. O medo nasce aí.

A proposta

Não se trata de implantarmos uma visão, abraçarmos o diabo para obedecer a uma nova regra mundial. É simples: não demonizar o outro. O budismo nem sabe que caminho é esse. O candomblé não pensa no diabo quando invoca seu orixá. Nem passa por sua cabeça a ideia de estar sendo possuído por uma entidade que o quer cego caminhando para o inferno. Alguém que acredite no inferno poderá pensar diferente? Não tenho dúvidas. O que resta é abrir mão de um ataque criminoso e solfejar com o humano (de crença religiosa diferente) para uma nova canção. Canção que tenha o interesse em uma ética não alegórica, mas prática, salvadora, suscitadora de esperança, cativando arte, beleza e ciência, causando reclusão de uma teocracia dominante sobre o amor ao próximo e distribuindo em si a destruição de um só sentimento: indiferença.

Os demônios

Aqui, os demônios são outros. Na perspectiva de alguém que vislumbra um mundo etiquetado pela marca de seu Deus, o próximo sempre será do diabo - ou o próprio - caso não creia no Deus induzido na instituição. É por isso que a proposta vem sublinhar a importância de cuidarmos da retina. Como olho o outro é como o mundo será visto. Se o outro é do diabo, o diabo está no pensamento contrário. Logo, demonizo a esfera planetária e o desejo de exclusão é o que sobejará. Exclui um, amarra o outro, assassínio naquele! Temos a justiça nas mãos e as chaves da mansão.
Como disse, deixemos que os céus discutam poder. E como cada religião crê no mana – poder dado por uma entidade superior – que usemo-lo para o bem do próximo. Não que a religião recaia seus pensamentos tão somente na ética e trato político; ela é também voltada para o além, místico, invisível, o que causa fascínio. Entretanto, que esse poder possa ser empregado pelos seres humanos a fim de valer-se a outros e não ao céu... e não aos deuses... e sim à sua “religiosidade mundana”.

NA GRAÇA E PELA GRAÇA
LELLIS

Segue abaixo programa da PUC de São Paulo em direito de resposta cedido às religiões afro-brasileiras com a também participação de católicos, protestantes, espíritas (...)

2 comentários

Maurício Coutinho disse...

Há um tipo de proposta do saber que é o "não sei que sei". Talvez, abrir essa caixa psicológica leva à nossa própria destruição. A questão é: eu, em minha condição humana fisiológica, preso a um corpo físico sujeito ao Real, estou em condições de abrir mão do "demônio" do próximo, também confundido com o "Grande Outro" (e, que por sinal, muitas vezes se confundi com Deus)? A resposta talvez seja enfática até demais: Não. Pode-se achar que se ama o próximo, mas, na verdade, há uma cegueira fenomenológica que te ilude sobre isso.

Jabesmar Aguiar Guimarães disse...

Jesus não pode ser acusado de ter demonizado ninguém, mas as Suas palavras revelava (e revela) aos corações o engodo e o engano dos demônios.
Creio que o candomblé não pensar no diabo quando invoca seus orixás, não elimina a realidade de que quem se manifesta é o diabo num dos seus multiformes disfarces. Como desmascará-lo se não se pode alertar o praticante de tal religião? Como pregar a salvação através daquele que é O Caminho e não um caminho, sem "confrontá-lo" com o engano no qual se encontra? Como levá-lo aos pés da Verdade sem desmascarar o pai da mentira? É possivel isto?

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