
"O Projeto de Lei 7.703, do Ato Médico, foi aprovado no dia (21/10) pela Câmara dos Deputados, com duas emendas da Comissão de Seguridade Social e Família. O projeto, que regulamenta as atividades privativas do médico, tira dos profissionais de outras áreas da saúde o direito de fazer diagnóstico das doenças e prescrição de tratamentos aos seus pacientes. Por ter sofrido muitas modificações na tramitação da Câmara, o projeto retornará ao Senado. Se aprovado, os médicos terão o direito de prescrever os tratamentos em áreas que eles não possuem treinamento e competência como: psicologia, enfermagem, nutrição, fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, educação física, farmácia, biomedicina, medicina veterinária, odontologia, serviço social, ciências biológicas".Vivemos num momento fast, tempo onde pessoas estão carentes da cura instantânea. A população deseja, mesmo que com erros, o diagnóstico de sua aflição. E se não desejamos culpar a nós mesmos, temos a mídia para ser o alvo de nosso tiro; e se ainda não queremos atirar na mídia, temos a própria religião que "vende" a cura para seus fiéis-clientes. É onde quero chegar.
O local onde a cura é uma produção mágica, se dá justamente em algumas igrejas evangélicas pentecostais e em todas neopentecostais, além da igreja católica carismática. A divulgação da cura a todo custo e por todo custo, é tratado com afinco e veemência. O povo deseja isso, mesmo sem saber da confusão psíquica que estão entrando e alimentando. Hoje, nos púlpitos desta nação, tem sido praticado o diagnóstico e prescrição de tratamentos por uma fé cheia de magia, "boa"cumba e misticismo. Ora, não é tão difícil encontrarmos a história de alguém cujo câncer esteja em estágio terminal e que disse que o líder religioso declarou estar curado em nome de um Jesus que tem medo da doença e que jamais a utiliza para determinados fins. (E disso eu sei: Jesus não desperdiça nenhum sofrimento.)
Os líderes religiosos atestam erroneamente e ainda escravizam seus súditos com banho do descarrego, água benta, copo dágua sobre a tv, arruda, figa, terços, ferraduras, rosas comestíveis, peças de roupas do cônjuge, e etc. Muito se assemelha a um terreiro de religião afro.
A multidão deseja e gosta da escravidão porque perdeu o senso. Os médicos, agora, estão tendo - ou podem ter - um poder dado por essa mesma clientela das tais denominações religiosas.
Estamos num caminho de agitação e pressa, onde o fast-food é o mais ansiado. Será que todos não desejariam que apenas um médico, seja lá quem for, não ateste sobre quaisquer crises que tenham? Façamos, pois, a nossa parte.
E é importante notarmos a fome do povo nas entrelinhas espirituais: o anseio por alguém que faça tudo. Sim, porque hoje existe deus para todo tipo de caso na invenção diante do desespero humano. E se quisermos estender a crítica, basta olharmos para os tantos nomes de Deus.
NA GRAÇA
LELLIS
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