
COPEIRO DO REI escreve...
"Eu te conheci no deserto, na terra muito seca". (Oséias 13:5)
Ainda muito menino, dei meu primeiro mergulho onde havia muita gente se banhando naquele verão tão latente. Tudo era refrescante, divertido, até eu me lembrar de algo de extrema importância: eu não sabia nadar. Fui descendo às águas e tudo foi ficando cada vez mais escuro, silencioso. Ali, pude eu compreender que nada era mais importante do que uma simples mão puxando-me para a borda. Ali, pude compreender que todas as coisas que eu sabia em minha tão pouca idade, não daria sustentação para o ar que eu carecia. Ali, pude continuar com meus olhos fechados para tentar concentrar-me em algum esforço vão. Ali, pude xingar na mente os que se refrescavam ao meu lado e não percebiam meu desespero. Ali, pude declarar para mim mesmo a própria morte prematura, mesmo que algo ainda dissesse que não. E quem disse não foi meu pai. Ora, era ele que eu havia xingado sem querer, porque estava do meu lado. Quando eu o vi, não tive nenhuma vontade de pirraça, mas de segurança. "Ah, meu pai!, meu pai!".
No deserto acontece a mesma coisa. Embora não tenha me perdido em um deles, conheci vários deles em minha caminhada. Eu não fui até o deserto, mas ele veio até mim. O deserto trouxe, além de muito calor e crises, o conhecimento de um Deus Pai que está sempre ao lado. O fracasso de nossa visão é sempre fazer pirraça com o Pai, pois num lugar desses não conseguimos vê-lo ao lado, não conseguimos senti-lo próximo. Entrentanto, o que podemos concluir é que quando tudo vai ficando muito escuro, profundo, vazio de palavras e reinando o silêncio, há o resgate do Pai. A mão do Pai é estendida e traz o filho à superfície para aliviá-lo.
Conheci Deus Pai em alguns desertos da vida; tenho conhecido durante minha caminhada, mas sei que ainda O verei como realmente é.
NA GRAÇA, QUE PERMITE ESSA ESPERANÇA DE CHEGAR LÁ
LELLIS
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