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Interpretações... pesquisas... plausibilidade...



Você pode entender todas as línguas originais da Bíblia, pode traduzir todos os textos dela, mas se reproduzir a tradição, não achou nada de novo. Quer dizer nada. Caso não tenha acessado as últimas obras e revisado as anteriores, vale de nada.
Quando se trata de teologia é assim. Não é quem tem mais estrada, livros publicados, é quem sabe e tem humildade para (se) revisar. A não ser que queira fazer teologia engajada na doutrina de sua fé. Aí não tem o que discutir.
Há muitas novas conquistas no âmbito da exegese e da arqueologia. Inegável! Eu, por exemplo, li dois livros de arqueologia recentemente. Um, de 500 páginas e 50 anos de pesquisa. O outro tinha umas 200 páginas e 30 anos de pesquisa. Ambos publicados no mesmo ano. O de 50 anos não revisou e repetiu a tradição. Se tivesse revisado, teria publicado 100 páginas. Mas...
Veja, o problema não é com apenas um ramo da tradição cristã, é com todas as religiões que acessam a Bíblia, sobretudo o AT. TODOS estão fadados ao erro (crasso) de tomarem o discurso antigo (como do AT) e explicá-lo como se fosse dele (de sua crença).
Primeiro, é preciso, IMPRETERIVELMENTE, ler um texto antigo fora de seu aprisco, ou seja, sair de "minha" tradição religiosa e enxergar contextualmente;
Segundo, é preciso abrir mão de antigas conclusões caso fatos novos sejam reconhecidos na pesquisa. Ou, ao menos, considerar novas críticas.
Terceiro, o conhecimento é democrático. Caminha mais quem caminha com olhos abertos.
Quarto, o AT não é cristão. Ainda que Lutero tenha dito que toda a Bíblia devesse ser lida a partir de Jesus, para se entender o AT, deve-se ler a partir da religião judaica e, isso, em duas chaves: a) antes do exílio na Babilônia e b) à época do Segundo Templo.
Quinto, toda a interpretação não fecha definitivamente as questões do AT, mas entram como plausíveis. Todavia, há sim, algumas interpretações de textos em que muitos dizem ser plausíveis, mas que já não são por causa da crítica montada há séculos.
Finalmente, para se estudar seriamente um texto e passá-lo como "plausível", é necessário afastar-se daquilo que pode contaminar uma pesquisa séria.
Volto a dizer: se é pra uma teologia envolvida com toda a doutrinação, não adianta nada disso que eu falei. Basta olhar pra bíblia e dizer aquilo que a tradição sempre disse ou aquilo que vier à cabeça. No fim das contas, esse pessoal sempre dirá que foi "Deus quem lhe falou".

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