Das insatisfações com respostas prontas sobre a vida

Convivemos com um cristianismo ansioso por desvendar respostas. Aliás, já temos um cristianismo cheio de respostas. Respostas prontas num pacote amedrontador e ameaçador. A palavra "Deus" tornou-se o ponto crucial na história humana. 

Por quê?

Porque pensar dói, causa pânico, terror, desestrutura um fundamentalismo encharcado na tradição de gente que preferiu deitar a fé no chão de conceitos pré-definidos (mitos) dentro de forças políticas para o controle da sociedade.

Por isso, acredito que romper com tudo isso gerará cansaço. Cansaço não por motivos de frustrações, mas de tristeza, por notar pessoas adoecidas dentro de uma panela que vai aquecendo até matar.

Não se trata de um liberalismo impensado, é, antes, uma estrutura sólida, competente, que decidiu vasculhar cuidadosamente como funciona a vida. E a resposta, logicamente, não está pronta, não está dada - como pensam -, mas é uma questão aberta. 

"Deus" está em aberto. Não se pode enclausurá-lo, nem mesmo oferecê-lo como resposta a todas as coisas, como por exemplo: "Deus é o responsável em criar gente sã e doente". Isso é uma agressão ao pensamento e até a Deus.

Espero que você, caro amigo, tenha o interesse em estudar e amadurecer como ser humano, não como religioso, mas como ser humano capaz de olhar para a humanidade e saber dizer: "Não, eu não sei"; capaz de conversar sobre Deus e dizer: "Não, eu não sei"... e conseguir dormir tranquilo após assumir que essa "soberania", que tanto afirmamos sobre Deus, bem pode ser uma soberania nossa de querer dar sentido às respostas que tanto queríamos ter.

Lellis