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As verdades, as fés, o chão da realidade

Vivemos num contexto de muitas verdades. Todos têm suas razões. As religiões carregam seus discursos sobre como devem ser as coisas, os procedimentos, os relacionamentos, as maneiras em que se deve pensar, etc.

Em conversa com membros de outras religiões, que debatiam sobre suas verdades, desejosos de que o outro se convertesse à sua verdade, pude contribuir com a seguinte reflexão:

Inegável! Todas as religiões se sustentam pela "fé". Obviamente que a fé é entendida diferentemente em seus contextos religiosos. Cada um a vê por um ângulo, cada um atribui quantidade e potência de acordo com a sua percepção do que é a fé. 

Mas o que é fé? 

Fé (e já tenho falado sobre isso algum tempo, e aqui não digo na esteira bíblica) é aquilo que nos posiciona (ou tenta) sobre a realidade da vida. Não se trata de realidade, trata-se da fé. E ainda que fôssemos tratar no solo bíblico, temos os seguintes versos:
- sobre salvação: só pela fé
- sobre adoração: impossível agradar a Deus sem fé
- sobre a crença em Deus: aquele que se aproxima de Deus precisa crer que Ele existe e...
- sobre a bênção: ... se torna galardoador dos que o buscam
- sobre a vida: o justo vive pela fé

E assim por diante...

A fé é a dogmatização da vida. Isso não é de todo ruim. Essa dogmatização gera certo sentido para a vida. É a verdade imutável de cada um. É o início que passa a ter sentido, é o percorrer da vida que passa a ter sentido, é a morte e o além-morte que passam a ter sentido. E isso, as religiões têm suas propostas, apostas e hipóteses. 

Todas as religiões estão aí, na esteira da fé. É claro, a fé tem a plena condição de movimentar o homem e a mulher no mundo a fim de que o mundo da realidade se torne um ambiente melhor para os relacionamentos. Mas não podemos dizer que a fé é o chão da realidade. Por quê?

Porque no chão da realidade, TODAS as religiões caem. Não há enfeite no chão. Apenas o que morre no chão, brota. Mas aquilo que brota não sabe de onde veio e nem para onde vai. Ele brota e cumpre sua missão. 

Todavia, os sentidos para essa missão são desenhados pelas muitas visões religiosas. 

Tudo o que se precisa entender é que nas religiões de "missão", o que se pretende é fazer com que o outro capte a inutilidade de seu sentido de viver e "converta-se" para o "meu" sentido de viver e dar respostas no chão da realidade. Mas como? Se no chão da realidade tudo cai?

Senhoras e senhores, estamos aí diante do diagnóstico cruel: se o outro não se converter à sua forma de pensar a vida, a religião e Deus, irá para o seu inferno; mas também, você, irá para o "inferno" dele. E é claro, no chão das verdades, as apostas estão de pé.

NA GRAÇA
LELLIS

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