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Do Congresso da Faculdade Unida e da fé no ser humano

Compareci ao I Congresso Internacional da Faculdade Unida, em Vitória (10 a 13 de junho). Foi uma semana cheia de reflexões e (des)construções sobre a religião na sociedade (pós)secular - termo utilizado por Habermas em 2001, quando ganhou o prêmio da paz do comércio livreiro alemão. 

Minha intenção não é discutir as palestras e a magnitude retórica e científica dos professores que por lá colaboraram (talvez no blog ventosmodernos2). A ideia é falar das oportunidades de relacionamento com tanta gente que professa fé no ser humano. Alguns, de fato, não comungam com uma religião institucionalizada e/ou padronizada no seio da sociedade. Muitos preferiram abrir mão de um enredo programado e pronto para usufruírem a vida e a servidão ao outro no próprio caminho da vida (e da padaria).

Certamente que as questões teológicas, filosóficas e teóricas ganharam força no intuito de abraçarem uma nova fé: a fé no ser humano.

Ora, e que fé Jesus pregou? Crer na possibilidade do outro dando de si mesmo a fim de enxergar vida e produtividade naquele que recebe de mim.

Isso é o que deveríamos estar discutindo nas igrejas: sobre o outro! Estancar o "meu", a "herança", a "promessa pra mim" dos discursos prolongados que só servem para aumentar a distância entre os entes.

Não é saudável um cristianismo com uma cruz, cujo madeiro seja verticalizado. A cruz possui sua horizontalidade. Desculpem-me a ilustração, todavia, é a ponto crucial de onde pretendo chegar. As igrejas precisam converter seus olhos. Não é olhar para Deus, mas, sobretudo, olhar como Deus em Cristo. Um olhar constante para o alto é uma vida em tropeços, admitamos. Uma espiritualidade mítica toda a vida é um um egoísmo sem nota.

Que vida Deus teria para o ser humano? Uma vida com um olhar social. Sem rabiscos dogmáticos, sem condenações, sem distorções daquilo que Jesus disse. Sim, porque Jesus perde a fala nas igrejas para as decisões eclesiásticas. Ah, se perde! Jesus perde a vez para a potestade maior: a família mais antiga ou o líder de larga capacidade de convencimento. 

Paremos de olhar tanto para o alto e olhemos como Jesus, do meio das multidões, que olhava para as gentes, ovelhas sem pastor e dava a elas o pão, a dignidade de um nome na sociedade tão divorciada de uma fé no ser humano.

Minha sincera gratidão aos prezados professores.

NA GRAÇA
LELLIS

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