Tem gente que finca o pé e diz que a Teologia é aquilo que a dogma diz que é. Não se tem critério para viver uma só via doutrinária e bagunça toda a "sua" teologia.
Há muitos que engolem tudo o que veem pela frente. Até discutem e apontam
contra os chamados "ventos de heresia", mas por dentro de si há
intuições crueis parecidas com tempestades de heresias. Elas comandam. E para
isso, basta o sentido da audição. Essa audição é a causa de toda a
liberdade, de toda a religião (hierofania?).
Ouvimos Deus hoje de um jeito, amanhã, de outro.
Deus se arrepende ali, (se) afirma acolá. Ora, de quem é essa voz, afinal?
Gestamos em nós mesmos confiança tal que um simples
sibilar se torna palavra de Deus. Quer coisa mais liberal que isso? Quer coisa mais perigosa que isso?
- O que Deus falou pra você hoje, meu irmão?
- Deus falou que a enfermidade é pra glória de
Deus!
(...)
- O que houve com seu parente, irmão?
- Foi para a glória de Deus.
Segundo Feuerbach, se tivéssemos tão somente o tato, visão, paladar e olfato nem teríamos religião, pois esses sentidos são sentidos críticos, mas a audição torna-se responsável por isso. Opa! Religião que é religião é liberal, não é mesmo?
Será que o cristianismo viveria sem a sua audição? Será que o cristianismo daria vida se oferecesse seus outros sentidos?
Ao menos, deixaria de ser liberal e tornar-se-ia "teologal" (?).
NA GRAÇA
LELLIS
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