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Que poder é esse?

A história tem sido marcada por estações e conflitos, dentre eles: desejo pelo poder, troca de poder e resistência ao poder. Os que resistem ao poder, resistem porque desejam assumi-lo. Há fontes suficientes que registram períodos tão vulneráveis. Não se nega a opressão de povos com a finalidade de impor seu exclusivismo e poderio sobrenatural (no caso, a religião). 

Quando olhamos para o Antigo Testamento, o que lemos é justamente uma incessante troca de poderes. Gente que mata desejando o apogeu. É a política expansionista, é o valor dado ao que não se vê em detrimento do outro, que se vê, vai corroendo a humanidade. Daí, pouco importa a vida; basta ouvir a voz de Deus e matar, matar, matar. Aliás, trata-se de uma promessa! Que promessa? Avance, mate e conquiste?! Ou será que isso não é posto na boca divina a fim de que se consiga conquistar terreno alheio?

Bem, os poderes estão lá... Assíria sobre Israel; Babilônia sobre Judá; o rei Ciro, ungido de Deus, da Pérsia sobre Babilônia; o período greco-macedônico e o Grande Alexandre; os Ptolomeus e Selêucidas; a revolta dos Macabeus; os Romanos e... Jesus, que na pena do Evangelista Mateus (10:4) não veio trazer paz, mas espada e divisão.

Haverá aqueles que pegarão na espada (como Pedro) e serão exortados pelo Mestre. Haverá ainda os que entenderão erroneamente as palavras de Jesus e aguardarão ansiosamente pela revolta com mãos armadas. Haverá os que caminharão com Jesus, esparançosos da restauração do Estado de Israel. Haverá toda sorte de gente que o procurará oferecendo seus nomes para engordar as fileiras de seu exército de batalha.

Nada disso acontece. Não em seu tempo. Ele morre como um bandido, o pior deles. Sem defender-se, sem a milícia celestial ao seu lado, sem o Pai que o abandona na cruz.

Mas depois disso tudo... Ah, depois! "Cristãos, às armas! O clarim nos chama!"

Cuidemos para a mensagem do Cristo não seja por nós nivelada aos poderes expansionistas e de exclusivismo a tal ponto de desejar que o outro se entregue, caso contrário, será rendido com armas ideológicas... ideológicas que nada!, físicas, cruentas.

Cuidemos para que a mensagem do Cristo, Messias atemporal, segundo sua própria apresentação, não seja afogada pelos nossos interesses doutrinários e eclesiológicos.

Cuidemos para que o outro não seja ferido por Cristo, mas acudido pelo Cristo em nós.

Cuidemos para que o mundo não seja palco de condenação, mas salvação.

Cuidemos para que o poder que desejamos ter (e pedimos e buscamos a todo custo) não seja uma desculpa esfarrapada para dizer ao outro que se trata de um poder vindo do céu e, por isso, deverá se prostrar em obediência inconteste.

Cuidemos para que o nosso eu não seja projetado na vontade de Deus, convertendo, assim, a "vontade" de Jesus numa ação, forçosamente, minha.

Cuidemos para que não sejamos deuses e usemos isso para escravizar e "conquistar" o diferente. 

E se de tudo permanecermos divinos, que usemos e ousemos (n)essa divindade com muito poder, mas para que o próximo seja servido em amor, dado a ele a devida dignidade de ser humano.

NA GRAÇA
LELLIS

2 comentários

Cleinton disse...

Acho que foi por conta disso que o movimento hippie fez tanto sucesso no mundo todo; não tinha uma plataforma de poder. Sim, era em tudo contra o que a religiosidade prega, mas, em se tratando de poder para subjugar o próximo, pode-se dizer que se tratava de um movimento em parte "cristão".

Unknown disse...

"Cuidemos para que o outro não seja ferido por Cristo, mas acudido pelo Cristo em nós."

Essa frase resumiu e disse tudo ;)
Que Deus nos abençoe e não nos deixe
perder a essência do amor de Cristo.

Abraço Nelsim

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