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Vende-se Jesus a R$1,99


O assunto do comércio nas igrejas dá a sensação de estar esgotado. Engano. Há muito que cavar. Para aqueles que dão por satisfeito, tudo bem. O que tinham de saber, já está posto à mesa. Agora, posso pensar que o balcão de muitas igrejas está abarrotado de objetos sacramentados, de relicários tornados públicos e à venda.

Em conversa com um amigo pesquisador da área, disse-me que já viu fiel negociando a mãe no templo para que sua bênção pudesse ser alcançada. Só não sei se o líder religioso aceitaria tal barganha.

As várias gentes saem dos templos com suas peças tornadas em ídolos para satisfazerem seus mais obcecados desejos. E quem disse que os ídolos são ídolos? O próprio ídolo pode ser Deus. O ídolo é a imagem daquele que causa o evento desejado para a pessoa. Invenção?... (pano pra manga)

Bem, não é de hoje que você pode sair com uma aliança que simboliza (profeticamente) um bom futuro familiar; um sabonete para retirar os encostos; uma toalha da fé para várias finalidades; uma bota poderosa para pisar na cabeça de satanás; um chapéu para tomar conta do pensamento e atrair as bênçãos de Deus; um copo de água curativo... e... e... e... etc.

Quem poderá dizer que essas pessoas não são “atendidas”? Se alguém disser que não, como explicar o interesse crescente da população brasileira pelo movimento neopentecostal?

O que sinceramente sinto falta é da pessoa de Jesus nesse mercado. O nome dele é até proclamado, mas pouca gente o leva pra casa. Jesus aqui é um meio de se alcançar. Jesus não é um fim em si mesmo. (É claro que você poderá me perguntar: "alguém busca a Deus por Deus?"; responderei: "não". Mas olhando diretamente para um interesse escancarado, podemos concluir que Jesus tem se tornado mais uma ponte de negócios do que num caminho de salvação eterna) Todo mundo sai com uma parafernália sem fim, com o pescoço encurvado de tanta proteção, mas não se reflete num amadurecimento da presença invisível de Deus em Cristo. Sem peças, sem amuletos, sem outros ídolos.

É claro, Jesus tem sido muito mais um ídolo. Essa invenção de Jesus nas igrejas favorece o apelo do toma-lá-dá-cá.

Acho (leiam como ironia desta vez) que precisariam vender mais a imagem de Jesus. Que fosse por R$1,99! Mas, acho que se esse pensamento tornasse realidade, um fiel poderia apresentar uma nota de R$2,00 e perguntar: “Tem troco?”

NA GRAÇA
LELLIS

3 comentários

Ester disse...

Alguns comentários precisam ser sem circunlóquio. Então vai:
Queria encontrar mais escritores "ousados" como Nelson Lellis...
Não me chamo "Concordina", mas dessa vez podem ME CHAMAR!
Sucesso e cada vez mais OUSADIA, meu amigo!
Ester Assis

Cleinton disse...

O assunto pode até não estar esgotado, mas que cansou, cansou.

NELSON LELLIS disse...

Enquanto o flagelo continua, usemos nossa pena, prezado Cleinton.

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