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"O amor..." e o Impulso Criativo

Lembro-me que na infância, nas redações de colégio, ao escrever sobre o amor, suas definições me pareciam muito mais simples. O título: “O amor”. Início da redação: “O amor...”

A gente colhia alguns recortes de revistas e colava no caderno para ilustrar o que desejávamos. Na maioria das vezes, fotos de artistas, casados, um coração, sorrisos, enfim sós.

O tempo passa e observamos a liquidez dos relacionamentos. Amor líquido, como Baumann escreve. Em seu livro Identidade (p.69), registra a frase do sociólogo Fromm:

“A satisfação no amor individual não pode ser obtida... sem uma verdadeira humildade, coragem, fé e disciplina. Numa cultura em que essas qualidades são raras, atingir a capacidade de amar continua sendo uma rara realização.” (FROMM, Erick. The Art of Loving. Thorson, 1995, p. 7)

A política de um bom relacionamento depende de uma palavra: compromisso. Não é um voto sacramentado no altar, não é um sim documentado no cartório, não são as testemunhas que concordam com seus nomes. É um compromisso cuja aliança física não consegue falar. É mais profundo. É um corte no coração, e deixa aí, aberto, sangrando, morrendo e vivendo por quem tem nele livre acesso. O outro bombeia e abre feridas, bombeia e abre feridas, bombeia, bombeia... É isso mesmo!

Humildade, coragem, fé e disciplina num compromisso declarado insano por essa sociedade.

O IBGE divulgou ano retrasado (2010) a seguinte pesquisa: desde 1984, o número de divórcios é o maior no Brasil. 1,8 por mil habitantes. E a cada mil habitantes, 6,6 se casaram em 2010.

(Cf. http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/11/numero-de-divorcios-no-brasil-e-o-maior-desde-1984-diz-ibge.html)

No Simpósio de Platão, Diotima de Mantinea – “a profetiza Temeadeus da Cidade dos Profetas” – enfatiza para Sócrates: “O amor não é para o belo, como você pensa. É para gerar e nascer no belo.”

Ou seja, se o amor não tiver seu impulso criativo em meio aos mais agudos contrários do relacionamento, o que sobrará?

IMPULSO CRIATIVO!

Caso contrário, as redações continuarão a serem escritas: “O amor...” e não haverá mais o que dizer, o que fazer. Parece definição fácil, todavia, muito frágil. Frágil à beça!

NA GRAÇA
LELLIS

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