Os antigos dizem que cada deus possuía sua arma, sua armadura.
Na mitologia grega, Zeus tinha o raio com o qual fulminava aqueles que o desagradavam. Poseidon, o tridente, o qual poderia sacudir a terra, e destruir qualquer objeto. Hades, um elmo que o tornava invisível. Apolo / Ártemis (Sol/Lua) - Arco e flecha. Hermes, uma Sandália aladas e Caduceu.
O Arco também era a arma de YHWH. Após a história do dilúvio, Deus coloca sua arma no céu para não mais lutar contra o homem. Deus se desarma.
Andrés Torres Queiruga vai dizer que Deus luta em favor do homem e não pode ser responsabilizado sobre o mal. Diz que oramos a um Deus entregue à humanidade. Um Deus totalmente desarmado.
É por isso que, na história de Jacó, o humano tem plenas condições de vencer o divino. É por isso que se nota um homem (Davi) demonstrando arrependimento, mudando as decisões de Deus. É por isso que uma mulher siro-fenícia ganha Deus no "repente" e come muito mais do que migalhas sob a mesa.
Deus está desarmado. Um Deus cujo poder permite que o homem vença e tome suas próprias atitudes, suas reverências e irreverências. Um Deus cujo poder autoriza (não legitima) o poder humano.
A grande crise é quando o homem deseja vencer Deus para assumir sua arma e destruir o outro. O exemplo de se desarmar, se esvaziar, é, sobretudo, um exemplo de Deus para o humano para com outro humano.
Jesus assume a bacia e a toalha. O homem assume o Arco. Jesus assume a Cruz. O homem assume a espada. Jesus assume a humanidade. O homem assume sua divindade.
É com a frase de Fernando Pessoa que terminamos: "De tão humano, só podia ser Deus".
NA GRAÇA, QUE NOS PERMITIU DAR AS MÃOS
Lellis
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