Deus Filho encarnou numa sociedade que estava sendo vilipendiada pelos romanos. Se algum judeu tropeçasse à frente de um soldado, poderia, sem nenhum constrangimento, ser chutado até a margem. Os impostos eram altíssimos. A crise político-social estava instalada e quem quisesse se manter financeiramente, escolhia entre o poder da religião (fonte de todas as riquezas) ou prostrar-se diante do senhor dos senhores, o Imperador.
Na ocasião, Jesus sobe um monte e começa a pronunciar uma mensagem que não abria os portões para o Reino dos Céus, mas sim, os portões do Reino dos Céus à terra. A dor e a perseguição eram agudas. O sermão do monte, com as bem-aventuranças, serve para alentar o coração da multidão e de seus discípulos que foram chamados para a vida. Feliz não é o que faz chorar, mas o que chora, pois terá consolo. Feliz não é o que persegue, antes, é perseguido, injustiçado por causa do Cristo.
As gentes se aproximavam, ouviam as palavras poderosas e se recolhiam no pensamento: "Quem é este que dá sentido à minha vida nestas circunstâncias?" Ora, é o mesmo que diz:
"Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus" (Mt 5:3).
A palavra pobre tem dois significados em grego: ptochos e penes. Penes é utilizado para aquele que precisa viver do trabalho para comer. Ptochos, por sua vez, é o destituído de bens, dependente em sua totalidade.
Isso nos remete a dois textos paralelos:
O primeiro está em Salmo 40:17:
O primeiro está em Salmo 40:17:
"... sou pobre e necessitado...". As palavras são do rei Davi. Visto que era rei, e rei tinha poderes, exércitos, honra, palácio e riquezas, essa oração começa a abrir nosso entendimento sobre o que é ser pobre de espírito.
Ser pobre de espírito é não depender do que se possui externamente. A dependência de Deus é fator determinante na vida de alguém que se encontra debruçado nos Evangelhos e convertido à palavra que dá sentido à vida, independente de onde se esteja.
Ser pobre de espírito é não depender do que se possui externamente. A dependência de Deus é fator determinante na vida de alguém que se encontra debruçado nos Evangelhos e convertido à palavra que dá sentido à vida, independente de onde se esteja.
Outro texto é de Apocalipse 3:17: "Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma". Nesta carta, Jesus emite um duro recado. São pobres, cegos e nus.
Aqueles que, portanto, vivem suas vidas independentes de Deus, ricos e abastados, resguardados tão somente por seus recursos, possuem alegria momentânea. A alegria de quem focaliza em suas posses e circunstâncias segue o rumo da caminhada. Quando se perde algo, a alegria vai junto.
É-nos importante pensar na tradução original do Salmo 23, em hebraico: "O Senhor é meu pastor, e não preciso de nada".
Sim, Ele é tudo de que preciso, pois se tenho outras coisas, serão apenas coisas. Quando se forem, continuarei eterno no Eterno, pois meu é o Reino dos Céus.
Há um apelo para o empobrecimento do espírito. Deixar de olhar o si mesmo, meus poderes, e permitir que aquele que se esvaziou de si mesmo, possa viver em mim. Não eu mais devo viver, mas Ele em mim, pois Ele bem sabe o que é ser pobre de espírito (dependente).
NA GRAÇA, QUE ME FAZ POBRE DE ESPÍRITO
LELLIS
2 comentários
Valeu a pena esperar tanto por outro texto seu!
Que nós sejamos cada vez mais miseráveis de espírito!
Té mais, Nelsim.
Mariáh C.
Adorei,apesar de ter sido o tema da última EBD que você esteve conosco,não me canso de ler essas palavras e meditar nelas,de forma que possa fazê-las verdades em mim.
Que possamos nos esvaziarmos de nós mesmos cada dia mais e dependermos do único Mestre que pode nos preencher por completo.
Espero ansiosa pra continuarmos esse estudo das bem-aventuranças proclamadas pelo Rei.
Fica na Paz...
Postar um comentário