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Depressão: somatização de acontecimentos


COPEIRO DO REI escreve...

Fico eu a observar os acontecimentos, de forma geral, nas igrejas evangélicas e meu sentimento se embranquece frente a uma onda gigantesca de subversivas normas doutrinárias. Já escrevi absurdos sobre o mesmo tema, inclusive em meu livro "Doze Homens", todavia, o assunto não encontra seu fim. A secularização no seio religioso, tem erguido sua mais notória e eficaz arma, chamada "individualismo". O conceito de "tudo posso sozinho", "quer a perfeição, faça você mesmo", "não preciso de ninguém", tem sido disseminado, minando assim, a mais bela criação de Deus: o homem como ele é.
Um amigo pesquisador disse que o computador tem sido uma das causas mais destrutivas que existem no meio familiar. Contou-me sobre uma colega de trabalho que havia conhecido um jovem pela internet. Marcaram um encontro num local público e por meia hora o rapaz não conseguiu abrir a sua boca. Quando chegaram em suas respectivas casas, o mesmo jovem calado saiu atirando em seu teclado inúmeras palavras sobre o que achara daquela bela moça. Sabe o que ela fez? Deletou o rapaz de sua lista de amizades.
Isso quer dizer muito a nós, "seres humanos". Estamos vivendo cada vez mais distantes das razões importantes que, na ausência delas, acabam levando à depressão.
A depressão é a somatização de vários acontecimentos, seja ele um descuido na saúde, na alma ou no espírito. Somatização são brechas nem sempre perceptíveis aos olhos humanos, mas que podem ser tratadas ou evitadas antes de qualquer resultado negativo.
Há muitas pessoas que sofrem caladas porque não têm condições de visitarem um psicólogo, ou um amigo que ouça sem condená-lo(a). Vão, enfim, somatizando as questões. Jó, por exemplo, somatizou problemas catastróficos em sua vida: perda dos filhos, dos gados, de muitos escravos, de terras, de respeito, de saúde, de vigor, de amizades... Mesmo assim, vivenciando uma terrível depressão, não deixou de entender que a sua condição estava nas mãos do seu Vivo Redentor.
Jó nos ensina não uma paciência criteriosa e/ou religiosa, mas uma resistência diante de toda a confusão psíquica que resta para aquele, cuja somatização das causas forçou cada brecha, impreterivelmente aberta, da alma humana. Jó nos ensina que a vida, por mais "des"graçada que seja (ou para os mais otimistas "esteja"), ainda vale a pena não desistir dela, e que as brechas podem ser tratadas, embora não esquecidas. Esse tratamento se dá pelo próprio exemplo divino por esquecer nas nossas transgressões. Deus não tem amnésia, mas se esquece, ou seja, não toca mais no assunto, não coloca mais na agenda.
Jó explica que a melhor vida é não viver essas intempéries, mas que nela vivendo, não se deve permitir que mais coisas nesse período sejam adicionadas, pois já basta o mal que provocou toda a depressão. Por isso, leitor/depressivo, não deixe que, durante o seu tratamento, situações mais complexas sejam adotadas por você. E um bom remédio continua sendo a solidão com Deus e a comunidade com o verdadeiro ser humano.

NA GRAÇA, QUE ME FAZ SER HUMANO
LELLIS

Um comentário

Anônimo disse...

Muito bom o texto, my friend.
Porém, há que se lembrar que desde os tempos de Jó até hoje, surgiram várias novas doenças decorrentes da “modernidade”. Bactérias super-resistentes, etc, etc. Ninguém diz a um diabético, por exemplo, “Pense positivo, tenha fé e deixe de tomar essa bobagem de insulina.” Mas a depressão, ainda é um mistério e de difícil diagnóstico.

A deficiência bioquímica dos neurotransmissores, que são causadores da depressão, podem ser também fatores independentes do indivíduo. Podem ser mais endógenos do que reflexos ambientais, podem ser, ainda, fatores genéticos, hereditários, etc.

O grande problema é que não existe um método, um exame médico, que dignostique a existência ou não de depressão, da alteração bioquímica, tal como existe para a glicose, colesterol, etc. Os psiquiatras, e psicoterapeutas em geral, ainda vão pelas sua próprias experiências e na “tentativa e erro” medicamentosa.

Adilson Bento

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