
O evangelho de João relata a ação do Espírito Santo em relação às pessoas que estão fora da comunidade cristã e também na vida dos cristãos após a morte e ressurreição de Cristo. O material teológico de Leon Morris se baseia em três aspectos diante da pneumatologia joanina. São eles:
1) O Espírito da Verdade (14:17): João fala muito da verdade, cujo sentido
mais profundo te ligação estreita com Jesus e seus atos. O Espírito, portanto, está ligado à verdade de Deus que vemos na obra de Jesus. Diante do texto de João 4:23-24, observa-se que o Espírito da Verdade liga o Espírito ao Pai e ao Filho. Esse mesmo Espírito conduziria os discípulos em toda a Verdade (16:13). O Espírito levará os crentes a entender o que o caminho cristão significa.
Neste ponto cabe uma breve reflexão sobre a doutrina pneumatológica no campo pentecostal, visto que as revelações do Espírito são frequentes e, por muitas vezes, acabam confundindo muitos cristãos. Quando Jesus disse que o Espírito os guiaria não havia teólogos que tivessem se envolvido numa compreensão profunda do cristianismo. Assim, durante o tempo, o mesmo Espírito agiu na igreja levando o povo de Deus a um maior estudo sobre o significado da fé. A revelação do Espírito não é algo novo, mas apenas o auxílio para a compreensão daquilo que Jesus disse.
2) O Mestre da Igreja: Jesus disse que o Espírito ensinaria aos discípulos
todas as coisas que o próprio Filho havia revelado. Não seria uma nova doutrina ou um ensinamento postergado. O Espírito enfatizaria quem Jesus era e o que Ele fez.
Na teologia pentecostal se nota que o centro é o Espírito Santo e é Jesus quem nos leva a Ele. Está claro que é o Espírito quem nos leva a Cristo. O Filho é o centro. O Espírito nos ensina as palavras do Filho, nos faz recordar em todo tempo a mensagem que o Filho nos deixou através dos Evangelhos.
3) A presença divina: Jesus disse que precisaria morrer para que o outro
Consolador pudesse fazer-se presente dentro daquele que cresse no Evangelho. A última das libertações seria, então, a do próprio Cristo. Os discípulos teriam de “deixar” Jesus partir para que Deus estivesse presente constantemente na vida de todos os discípulos, sem limitações geográficas.
Para o teólogo Erickson, a passagem de João 14:16, por exemplo, é o ensino mais direto sobre a obra do Espírito no Novo Testamento. Deve-se salientar que é o Espírito que realiza a obra de convencer o indivíduo, não o instrumento humano. “Vou preparar lugar” é uma frase que pode ser vista como proveniente da cerimônia matrimonial judaica. Pode ser que Jesus tenha isso em mente, mesmo que não seja necessária essa indicação. Caso seja a intenção de Jesus, reflete que o noivo sai da presença na noiva para fazer os preparativos para o casamento. Quando tudo estiver pronto, celebra-se o casamento e Ele vem ao seu encontro na festa. Há uma mudança referente à interiorização do Sopro do Santo — em lugar de estar com ou ao redor dos discípulos, haverá uma interiorização, no qual o discípulo respira a mera presença e o mero Sopro divino em suas narinas. Tal é a proximidade para com Deus (ERICKSON, ITS, 876-877).
NA GRAÇA
LELLIS
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