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PERDI MINHA INOCÊNCIA - PARTE I


COPEIRO DO REI escreve...

“Quando se perde a inocência, não se recupera mais”.


Esta foi a frase que fora enviada a mim e sobre mim para consolar-me diante de tantos distúrbios no meio evangélico. Perdi minha inocência. Perdi meu estado de análise e hoje consigo – não sei se felizmente – entrar no tempo da análise-crítica das coisas que vem ocorrendo sem pedir licença pra quem gosta de ler, estudar, sem perder a noção da devoção e profundidade do Santo.
O senso do ridículo está sendo perdido em quase todas as áreas que tenho visto e ouvido.

Música...

Não tenho conseguido cruzar com as letras musicais que se cantam nas igrejas... É um suplício ter de cantar só porque todo mundo gosta e canta. São letras cheias de erros bíblicos e teológicos que só atravancam o crescimento espiritual do povo e que criam obstáculos para uma maior intimidade na Palavra com o Deus da Palavra.
Não se diz que ama a Deus por palavras, mas por obediência. Hoje tudo tem mudado. O que se canta dentro dos templos não tem explosão alguma de transformação de vida. Todos cantam e gritam: “eu te amo...”, mas nada acontece além disso. Fica sempre por isso mesmo. Parece que a obediência deixou de ser fato e fator importante.
Os produtores musicais pressionam os recém convertidos que cantavam secularmente para gravarem cd’s – pelo menos 2 por ano. É pura produção. A adoração é produzida, sem teor de valorização da intimidade e experiência com Deus. As letras, notem, são as mesmas. O que tem mudado é a capa do cd – cada dia mais bonita e cara. Todo mundo resolveu falar da mesma coisa, a não ser os que não entraram na mídia evangélica. Estes não possuem espaço porque fazem as pessoas pensarem; e quem deseja pensar?
Todos foram obrigados a comer o que o mundo midiático evangélico produziu, produz e lança goela a baixo dos famintos. É uma coisa simples, fácil e que não traz nenhuma profundidade de comprometimento com as questões morais e espirituais do Reino de Deus. Há quem diga: “Ora, é da simplicidade que o povo precisa porque o Evangelho é simples”. Ora, digo eu, o Evangelho é mais do que simples, mas não é bitolado nem retardado. Deus é uma pessoa, não um estado zen. Tudo agora é contemplação... é bonito, é gostoso, e como já disse um grande pastor: “Ninguém é de ferro!”. É importante todo o período de contemplação, mas isso se torna em emocionalismo. E prefiro lembrar que nada tem que ver emoção e emocionalismo.
Não se pode mais pensar que o período de louvor congregacional é um tempo onde as canções devem tocar o nosso coração e alma, mas sim, fazer com que o nosso coração (alma) e mente sejam tocados nos chamando à transformação de uma vida adoradora. A música por si, creio nisso, tem poder para realizar grandes coisas quando cumprindo um propósito divino (como no caso da harpa de Davi diante de Saul), entretanto, uma letra que tenha interpretação equivocada das Escrituras pode ser um empecilho para tal realização.
Ariovaldo Ramos disse que o louvor é uma homenagem a Deus; já a adoração se traduz em uma vida agradável diante de Deus. Hoje se homenageia cantando sempre as mesmas coisas e palavras e se vive sem nenhuma renovação de mente (como diz em Romanos 12).
Perdi minha inocência e não a recupero mais. Não desejo isso pra ninguém, embora tenha orado para que todos venham a ter discernimento sobre aquilo que é e o que não é nem poderá ser. Minhas orações são para pedir sabedoria e humildade neste tempo onde quem gosta de filosofar e/ou pensar e questionar um pouco mais das coisas, é taxado de orgulhoso e fora da comunidade em que se vive ou aquele que sempre exagera onde não há necessidade.
Estou sofrendo com o ensino errôneo das Escrituras através de “homenagens” (louvor) a Deus. É necessário reparar e analisar as canções. Não é só porque a melodia é boa, mas o seu conteúdo precisa dizer algo. É só olharmos para o livro dos Salmos. São canções inspiradas em situações, orações, história, relacionamento com o Santo Deus e etc...
O povo diz que precisa ouvir o que tem ouvido porque aprendeu a viver assim. Quando todos observarem que a Glória de Deus e Sua Graça são bem mais criativas e amplas do que tudo isso, terão um cântico novo em suas vidas para homenagear e viver.
Não podemos engolir qualquer coisa só porque vende muito ou todo mundo está cantando. Precisamos de uma qualidade bíblica que nos faça mudar a mente para homenagear e viver para Ele.
Quando Caio Fábio disse que não gostava de música gospel, talvez estava se referindo à produção de que tanto se vê e ouve nos últimos dias. Em casa, além da música negra (black music) das igrejas americanas que ouço (como Yolanda Adams e Cia), prefiro curtir Andrea Bocceli e outra Cia.
Estamos diante de uma situação onde aquele que deseja viver um padrão bíblico terá de pagar um preço anormal. Carecemos de pessoas que pensem com sabedoria, sem atacar (mesmo que este editorial pareça um ataque – o que não é), sem humilhar os que não querem, para que tenhamos a oportunidade de vivenciar aquilo que é bom, perfeito e sempre será agradável.

NA GRAÇA
LELLIS

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