
COPEIRO DO REI escreve...
A gente observa a estátua de Buda e constata o seguinte: um ser tranqüilo, alheio ao sofrimento, transportado para um estado "zen" e intocável, incapaz de sentir dor ou chorar porque sua concentração está num interior bem distante de si mesmo.
Um Buda enclausurado no seu próprio ser não dando espaço pra mais nada a não ser o próprio nada, o vazio que se tanto busca.
A gente olha para a imagem de Jesus feita por Isaías 53 e, escrachadamente, olhamos alguém que sabia o que era sofrer; alguém que não está "zen" em momento algum, mas consegue gritar, mesmo sendo aquele que não abriu a boca, por perdão pelos que machucavam seu corpo e seu emocional. Olhamos pra um Jesus aberto para a minha dor, meu desespero, meu desconsolo, minhas lágrimas, meu descontentamento, minha solitude, o meu vazio. Vejo um Jesus moído, ferido e castigado. Um Jesus que compreendia sua missão e a encarou, por mais que doesse muito, e doeu.
Mas também consigo ver o Jesus que foi e é exaltado. Consigo ver o Jesus que está acima do zen, do cósmos, dos zodíacos, das estrelas e das viagens interplanetárias e outras coisas desta espécie. Vejo um Jesus que levou meu fardo (assim posso ficar leve - não há necessidade de ser um Buda pra ficar leve) e depois elevou-me para junto de Si para que eu saiba onde eu estou.
Estou em Seu coração (lá em cima) e Ele, no meu, por aqui mesmo. E não há ponto final nesta história. Não há mesmo.
NA GRAÇA
LELLIS
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