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Deixai vir a mim as criancinhas

Queria aqui algo político, duro, libertador, mas estou sem forças pra lutar nesta causa gigantesca. Pelo texto se nota...

Jesus nunca teve problemas com as crianças. "Deus" já. Olho para a Bíblia Hebraica e não consigo engolir a proposta teológica de juízo de Deus ao fazer com que o povo escolhido entrasse em "terras prometidas" destruindo tudo e matando a todos, sem excessão. Estavam lá as crianças. Meu Deus!, as crianças! Disseram que Deus havia mandado matar a todos porque era questão de juízo. Sei não. 

Não quero discutir sobre inspiração divina ou soberania, estou falando do homem e não de Deus, porque já assumi que desconheço a Deus nos artigos anteriores (na área de Teologia).

O homem tem a capacidade de falar em "nome de Deus" para chegar onde quer. A gente não tem ideia aonde isso vai chegar. Não sei muito bem distinguir esse processo. Sei que é assim: a gente diz ter recebido uma promessa de Deus e, para consegui-la, usamos seu nome para derrubar todas as barreiras, ainda que atinja as crianças.

Se existe notícia que desmorona meu dia é sobre criança não tendo seus direitos respeitados. Pode me xingar, me humilhar, me bater... mas não destrate uma criança perto de mim... nem em nome de Deus!

Por isso, prefiro ficar com Jesus. Enquanto o ranço da religião ainda esmagava crianças desavisadas contra as pedras, Jesus, as encantava e enxotava os violentos - ainda que discípulos. 

Se para entrar no Reino é necessário ser como criança - e não há especificação -, por que Deus, mesmo em prática de seu juízo, determinaria uma chacina contra nossas referências de eternidade? Retire a resposta pronta e terá desmontada quase (estou sendo generoso com esse "quase") toda uma vida de profissional do oráculo.

NA GRAÇA
LELLIS

3 comentários

Peroratio disse...

Por que você acha que Marcião foi tão radical em dizer que o Deus do AT não podia ser o Deus de Jesus?

NELSON LELLIS disse...

A ideia não é problematizar Deus (como um "Deus de Isaac ao Abbá de Jesus"), mas procurar furar as barreiras de um discurso religioso... e pior, em nome de "Deus". Esse sim, montado, enfeitado e proclamado para as nações. Um crime. Um crime.

Cleinton disse...

O reconhecimento da infância como parte da vida é coisa da era moderna. Falar que o reino dos céus é das crianças, antes de o século XVIII reconhecer essa fase, parece até coisa de gente "vermelha". Cidadania e reconhecimento do valor da mulher vai na mesma linha, mas só o século XX para ratificar isso, sendo que ainda falta. Agora, falar com criança e com mulher, no contexto da bíblia hebraica, é coisa pra gente que não tem medo de morrer, poxa! Foi se meter a conversar com mulher e valorizar criança, deu no que deu; cruz e calvário nele!!

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