Na pré-modernidade, a teologia da igreja teve em suas mãos os seguintes elementos: político, econômico, filosófico, científico e teológico (aqui, a teologia é a rainha das ciências). Uma das maiores provas foi quando Galileu Galilei apresentou sua tese de que o sol é fixo e a terra gira em torno dele. A igreja católica fez com que este cientista se retratasse. O texto de Josué era lido pela igreja como texto científico ao registrar que o sol parou. Quando questionado, Galileu, como cristão católico, disse que sua descoberta não alteraria em nada a autoridade das Escrituras, mas que era necessário observar que o texto sagrado não é texto científico.
Com a entrada da Modernidade, no séc. XV e XVI, a igreja perde a tutela dos elementos porque aqui se inicia o processo de dar respostas fora de Deus. Com isso, nasce o que podemos chamar de secularização, i.e., uma automização dos elementos. Se no início Deus lança o homem para fora do jardim do Éden, agora, o homem expulsa do mundo o próprio Deus. Temos aqui um gancho para o secularismo, que é o ateísmo, abandono total da religião. Aqui, a teologia não dá respostas, apenas o homem, pois o mesmo é a medida de todas as coisas. O homem pode dar respostas para o mundo.
É possível ser ético com o abandono total de Deus? No séc. XVIII, a questão da ética é bem levantada por Kant, em "Crítica da Razão Pura". A importante observação que pode ser feita é: se o cristianismo serve apenas para converter o homem caído em homem ético, ele não serve. Muitas pessoas podem e são éticas sem o cristianismo, inclusive as que expulsaram a Deus.
Ao olharmos para I João 2, podemos analisar a questão da ética em luta contra os gnósticos. João dizia que não importava a declaração de que se conhecia a Deus (como faziam os gnósticos) se a vida ética não demonstrava mudança. Então, por conta disso, o teólogo James Montgomery Boice, levanta alguns testes diante do texto de João para aqueles que se declaram(vam) cristãos. Entre eles: O teste moral, o teste do amor e o teste da verdade.
O teste moral fala que o ser humano não quer apenas conhecer no intelecto, antes, possui desejo de se relacionar com o infinito. E tendo este relacionamento, é impossível permanecer da mesma forma.O teste do amor, que é o apanágio do cristão. Jesus prega o amor ao inimigo. Portanto, a intensidade do amor na vida é que deve ser sublinhada neste conceito.O teste da verdade é o teste doutrinário. Apenas aqueles que permanecem na Verdade. Verdade não é, de forma alguma, uma questão denominacional. É uma pessoa. Jesus é a Verdade não porque diz a verdade, mas porque essa verdade dita por Ele, fala dEle mesmo, por isso é Verdade. É o Logos. A igreja - no período em que vivemos - pode ser comparada com um grande mercado, pois a era do capitalismo lateja entre nós com tamanha força que é bem possível que este ranço não nos escape nos últimos dias. Os verdadeiros cristãos da pós-modernidade podem ser vistos não como aqueles que são puramente éticos, mas como aqueles que amam intensamente. Marx dizia que a religião é alienante. Creio em parte. Outrossim, a religião ainda é transformadora.
NA GRAÇA
LELLIS
NA GRAÇA
LELLIS
2 comentários
Até que enfim ... (8) .. hehehe
brincadeirinha.
Amei, dentre tantas outras, a frase:
"Os verdadeiros cristãos da pós-modernidade podem ser vistos não como aqueles que são puramente éticos, mas como aqueles que amam intensamente."
Amor é a diferença de quem é verdadeiramente cristão.
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Não precisa responder lá nem nada, mas fazendo uma propagandinha básica, visite o blog que vou colocar no meu nome aqui .. tô participando como colunista e amaria ver sua opinião lá também.
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Tamo aí ..
Falou.
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