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A Respeitabilidade como Resposta ao Ecumenismo



O termo “ecumenismo” provém da palavra grega “oikos” – casa. Tecer sobre o assunto é uma tarefa delicada, pois esse processo pela busca da unidade ainda carrega, em seus fios e tons, bordados e intenções bastante obscuras. Enquanto o Cristo andava com os seus discípulos, sua ordenança – que comungava com seu mais profundo desejo – era de que permanecessem unidos. Na primeira carta do discípulo João, por exemplo, as palavras união, unido ou que contenham esse radical, aparecem mais de 25 vezes na Nova Tradução da Linguagem de Hoje. Portanto, não nos restam dúvidas pelas páginas bíblicas de que a união faz parte do propósito divino.
A Igreja é o Corpo de Cristo. Ela é um Organismo vivo, mas também uma Instituição organizada, com seus serviços administrativos e trabalhistas. É justamente aqui que o ecumenismo mostra sua rachadura, sua pecha, seu equívoco. Um dos objetivos do “Sagrado Sínodo Ecumênico Vaticano II” é a integração da unidade entre todos os cristãos, utilizando como prerrogativa a ideia de que Cristo fundou uma só e única igreja. Sim, é fato: uma única Igreja. Todavia, a Igreja de Cristo é invisível. Quando tratamos da igreja como instituição organizada, não podemos colocar este lado como superior ao primeiro, a saber, o espiritual. É o que ocorre com a igreja católica.
Católica significa universal. Jesus instituiu o organismo vivo para que pudesse haver organização. O Senhor não fundou o catolicismo romano - que é uma contradição, pois se é universal não pode ser romana - como a instituição verdadeira para que dela fosse designada, decretada e definida como referência única da salvação. O documento do Sínodo Vaticano II propõe a todos os católicos os meios, os caminhos e os modos que lhes permitam corresponder a esta “divina” vocação e graça de trazer o mundo para sua “oikos”, sob as asas não do organismo vivo, mas da instituição organizacional que tem, para eles, o mesmo peso e infalibilidade que as Escrituras Sagradas. Engodo! A igreja católica afirma ainda que a “divisão dos cristãos” impede a igreja de realizar a plenitude da catolicidade, que lhe é própria. Ora, já não é mais oculta a intenção mor de re-unir os protestantes, ortodoxos e outros para atividades, debates e tentativas de comunhão. A verdade é que esse tipo de divisão entre os cristãos não contradiz a vontade de Cristo, como pregam os católicos, muito menos se constitui em escândalo para o mundo. Essa divisão não tenta subverter o Absoluto das Escrituras porque a Igreja não tem finalidade em si mesma, e só é o que é por e pela causa de Jesus Cristo. O apóstolo Paulo, em Efésios 4:4,5, se refere a unidade: um só corpo, uma só fé, um só batismo... Pelas Escrituras se nota que a vontade de Deus é a unidade de pensamento e propósito. Há unidade na diversidade, como apregoa Darrell Bock, mas não pode ser construída uma oikos diante de uma uniformidade, ou seja, todos iguais.
Ecumenismo é, portanto, um caminho sem ortodoxia e sem ortopraxia. Qual seria a resposta para uma unidade diante de tantas diferenças? Em primeiro lugar, a centralidade em Cristo; em segundo, a respeitabilidade. Deus criou o ser humano para escolher livremente. Ele não age pela ameaça, nunca concedeu preeminência a qualquer religião. O respeito é parte do caráter de Deus. A comunidade que não se utiliza desta virtude, não pode ser considerada genuinamente cristã. Por isso, a forma de diálogo que pode ser conduzida é pela base do respeito. Nada que impeça trabalhos sociais, empenhos redobrados contra drogas, mãos unidas contra a pedofilia, pois tudo isso são valores que auxiliam a sociedade como um todo. Quem sabe o caos da sociedade tão individualista não seja subtraído pelo serviço de mãos dadas, mas sem perder o foco em Cristo; concentrado, mas respeitando a fé e os limites doutrinários do outro; reforçados, mas sem enfraquecer a amizade?
Há que se ter um padrão para estabelecer a unidade. Esse padrão já existe e, diga-se de passagem, é a regra de fé dos cristãos: a Absoluta Palavra inspirada de Deus. Há que se ter humildade para amar o diferente e servi-lo. Ecumenismo não dá respostas ao mundo, pois o grande objetivo de Deus não é uma turma uniforme, e sim, uma família de muitos filhos, semelhantes a Jesus, para a glória de Deus Pai, como registra Romanos 8:28,29.

NA GRAÇA, QUE ME FEZ IGREJA INVISÍVEL
LELLIS

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