DECIDI SER...

Desde os onze anos trabalhei com a arte. Depois de minha primeira apresentação Teatral - "O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna", decidi: serei ator.

Na minha adolescência fui chamado por Deus. Como? Uma amiga passou mal em nossa classe e fui auxiliá-la a descer a escadaria do colégio. Em um vão, pude ali notar uma imagem do Cristo crucificado e outra imagem da Virgem Maria. Fui tocado pela história de ambos e vi minha frágil ajuda sendo tão honrada. Decidi: serei padre. Problema: o que fazer de minha namoradinha?

Converti-me... (risos) Ora, não por causa do casamento, mas pelos estudos das Escrituras. Deparei-me com: "E conhecereis a Verdade e a Verdade te libertará". Pela leitura contínua conheci e estou conhecendo... Decidi: serei pastor. Aí notei que precisa de libertação mesmo.

Diante muitos livros de missões que lia todos os dias enquanto trabalhava como secretário em um escritório de advocacia, fui comovido e decidi: serei missionário.

Como músico, decidi: serei ministro de louvor.

Pelo gosto da leitura e do conhecimento, unindo todas as tais "virtudes" e "chamados", comecei a me interessar pela teologia como nunca, por isso decidi: serei teólogo. Aí já viu... a teologia foi desconstruindo várias coisas até eu decidir des-decidir de quase tudo acima.

Após cursar a teologia, consegui casar-me com a senhora Rosy, decidindo assim ser o senhor Nelson Lellis. Depois do primeiro ano decidi: serei pai.

E enquanto aguardava minha princesinha nascer, me aventurei a escrever... Pronto! Decidi: serei escritor.

Diante de tanto trabalho, crescimento, pecado e misericórdia, abraços e distanciamento, sorrisos e prantos, comecei a notar que, mesmo tendo tantos pontos em meu currículo, muitos não possuem pessoas com a disposição de serví-los. 

É claro: algumas foram decisões minhas, outros, chamo de uma experiência mística. Por vezes esse  chamado é decisão nossa, não de Deus. Conquanto, desejá-lo caberá a nós.

NA GRAÇA, 

LELLIS