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Augusto Pinochet era cristão. Nelson Rodrigues era tricolor...


O ex-ditador chileno Augusto Pinochet morreu com seus 91 anos. Ele foi responsável pela morte de milhares de pessoas no Chile para que não se instalasse o comunismo em seu país. A luta pela condenação do ex-ditador chileno vai continuar, mesmo depois de sua morte, através de processos por crimes financeiros do militar, que podem até responsabilizar seus parentes próximos. Sua mulher, três filhos e dois assessores do general estão envolvidos num processo relacionado a fraude fiscal, que começou depois da descoberta de contas secretas nos Estados Unidos com cerca de 27 milhões de dólares. Uma bandeira do Chile foi colocada sobre o caixão junto ao sabre de Pinochet, conforme estabelece o regulamento do Exército chileno quando um comandante ou ex-comandante-em-chefe morre. A família compareceu e ficou ao lado do caixão.

Conversava com uma pessoa no mesmo dia da morte do ex-ditador e, ela, indignada, perguntava-me: "Se ele se converteu antes de sua morte e se arrependeu de seus pecados, foi pro céu. Mas e as milhares de pessoas que morreram diante de seu 'poder' sem terem a oportunidade de ouvirem a Palavra de salvação?" Fico pensando no que ela me questionou até agora. Que loucura esse tipo de pensamento!

Segundo as Escrituras, cada um dará conta de si mesmo para Deus. Pinochet, em uma entrevista em 1998 ou 1999 disse que nunca havia mandado matar ninguém. Dizia ainda ser um cristão. E no final da entrevista culminou com a frase: "EU NÃO ME ARREPENDO DE NADA!" Quando Pinochet declara que não se arrepende de nada do que aconteceu, será que anula a possibilidade de ser um cristão autêntico (porque um dos pontos mais altos do ensinamento cristão é o "PERDÃO")? Mesmo assim, no final de sua vida, a bandeira do Chile o acompanhou em forma de homenagem e tudo o mais.

Nelson Rodrigues foi um teatrólogo fantástico do século passado e que deixou inúmeras obras que se transformaram em marcos na história da dramaturgia. Ele era um tricolor fanático e quando morreu, em 21/12/1980, foi colocada uma bandeira do Fluminense sobre o caixão. Nelson Rodrigues teve uma vida depressiva, foi preso, internado no sanatório, mas o seu legado permanece como obra artística, e não de sangue.

O que eu gostaria que a gente pensasse é: do que adianta levarmos a bandeira do país e do time do coração se o que deixamos foram lágrimas, descontentamento, ódio, etc. Precisamos policiar a nossa vida e questionarmo-nos: "Sou um cristão como Pinochet ou um artista como Nelson Rodrigues?"

Qual bandeira você vai querer que coloquem no seu caixão? E como será seu epitáfio? "Davi serviu aos propósitos de Deus em sua vida". Eu não quero bandeiras, nem homenagens, mas deixar exemplo bom e dignidade para os meus filhos que ainda virão. Como temos escrito nosso legado?

NA GRAÇA
LELLIS

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